sábado, 19 de dezembro de 2009

Desilusão


Na vida...

O que mais dói ao levar uma facada nas costas, não é, nem por sombras, a lamina a entrar-nos pela carne a dentro...
... o que mais dói quando viramos o rosto, é reconhecemos a mão que dera força há faca... A mão de alguém em quem tínhamos escolhido confiar...

Etrom

sábado, 12 de dezembro de 2009

Morrer...




Morrer é perder o prazer de nos sentirmos bem connosco próprios…
… Quando a nossa própria companhia não nos é aprazível então a morte já se apoderou do nós, e é uma questão de tempo até sentirmos que estamos mortos…
A dignidade é vida…
O carácter é vida…
O prazer é vida…
O Amor é vida… Nem que seja "apenas" Amor próprio…

Etnes


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Que falta que faz um ombro???



Porque grande carga de agua
Haveria alguém de inventar
Que a tristeza desabafa
Num ombro onde chorar

Ou a minha tristeza é grande
Ou o ombro é que é pequeno
Quero um corpo inteiro que me deixe chorar sangue
Onde possa des-cansar e aliviar-me em pleno

Quero sentir o espaço onde as minhas lágrimas correm
Quero oferecer a raiva em cálices de cristal
Soando em bica as mágoas sempre morrem
A-mando um corpo de uma forma acidental

Quero muito,
Quero tanto…

Quero enterrar a minha mágoa em ti
Entrar na tua carne em busca da pedra filosofal
Na esperança que em teu corpo a mágoa que meti
Se transformasse por magia e de forma natural
Numa nova força humana tão simples e casual
Desabrochando em prazer e desejo tão brutal
Alcançando num momento…
O amor de toda vida, que é tudo menos banal

O problema maior
É saber onde tu moras e não te poder chamar.
Sim tu… a mulher que transporta dentro dela muito mais que um coração, a mulher que traz consigo o toque de magia que me pode transformar de novo em homem…
A mulher que ao longe, num tempo inevitavelmente distante não ousa contrariar o relógio e realizar a tão pura e simples acção…
Estou separado de ti pelo muro do tempo que não para nem acelera, mantendo uma triste cadencia que me atrofia.
Estou farto de se sapo… transforma-me de novo em homem…

Etnes

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A cura...




Sinto que ficarei curado
De um processo de morte
Ressaco da dor sem pecado
Cada dia estou mais forte

O tempo passa por mim
E come-me as minhas mágoas
Leva-as com ele dá-lhes fim
E deixa-me beber nas águas
Que renova só para mim

Vou encher o estômago
Até ter que vomitar
Para limpar o corpo amargo
E parar de ressacar…

Mas…

Limpa-me depressa tempo
Que eu vou ter que te parar
Aguardar que chegue lento
O tempo que leva tempo
De poder voltar a amar…

Etnes invadido de Etrom

Vontade de ti… parando do tempo a distancia…



O meu corpo reclama com minha alma
A vontade incontornável de viver
A minha alma pede-lhe a calma
Que ele já não consegue ter

Um cesto vazio perdera a sua razão de ser
Quero encher o meu com vida
De uma forma enorme, desmedida
Até transbordar de prazer

Que amor possa ser o cheiro
De dois corpos que se amam
Desejando o tempo inteiro
O momento em que se entregam

Quero dar, quero oferecer
Entregar-me a ela e suavemente enlouquecer
Só assim poderei dar em forma de receber
Só assim posso sentir no desejo a forma do seu prazer

Que do seu corpo eu só quero
Que me sinta que me agarre
Num ondular … desespero
E peço ao mundo por inteiro
Que me ganhe
Que me coma
Que me queira
E que me amarre…

Etnes

Como dói esvaziar




Neste momento dói tudo, até o cabelo que cai
Sinto que me comem por dentro
Sinto-me um rio que vai
Perder-se no firmamento

Olho bem lá no fundo, bem para dentro de mim
E não entendo o que vai dentro deste meu corpo infeliz
Como um verme que me devora num tempo que não tem fim
Sinto o cheiro a podre agora a sair-me do nariz

Que raio de bicho estranho
Me anda a minar a vida
Como é grande, ele é tamanho
Mas que bicho tão estranho
Em corrosão desmedida

Olho mais para dentro de mim
E encontro o verme comedor
Até que reconheço por fim
Aquele pobre que vive em mim
Aquele triste e exausto lutador

E tão triste que arrepia
Vê-lo comer sem vontade
A minha carne sombria
Em busca de liberdade

Ele sabe que morrerá assim que encontrar a saída
Mas não para de comer cavando mais um corredor
Escolhe a morte que triste sofre p´ra manter minha vida
Obrigado amigo de outrora come-me até à saída
Contarei a toda a gente, cantarei em teu louvor
Para que todo o mundo saiba
Que este meu bicho é o AMOR…

Etrom

Ao Ciúme




Como um cão danado que rói os ossos do dono já morto
Corrois-me por dentro, comes-me o fígado, o estômago, as entranhas
Onde estavas quando precisei de ti para evitar este porto
Em que me encontro atracado envolto em mil piranhas

Queimas a minha alma com teu fogo
Que cospes das ventas crispadas
Espetas-me o coração neste jogo
Que dói mais que doze espadas

Fazes-me sangrar sem se ver
Sangue de água cristalina
Mas não me permites morrer
Agrilhoado a esta sina

Não vales nada, nadinha, nem o passar deste tempo
Que perco a falar de ti, minha serpente raivosa
És sombrio, forte, de olhos em sangue, nojento
Não vales a entrega de um verso, nem o sentir de uma prosa

Um pouco mais de força e eu mato-te…

Etrom

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Entre a raiva e o medo



Entre a raiva a dor e o medo
Que em muda boca resiste
Pouco cresce e morre cedo
Uma alma que desiste

Ao ver-te pairar lá longe
Estico meus braços para ter-te
Fico triste, morto inerte
Vendo como o tempo inverte
A dor das palavras ditas
Em vagas roxas, expeditas
De suave espuma, veneno
De brisa leve em sobressalto sereno
Num coração que só sente
Azedar-se docemente
Em dias que quero agarrar
Já sem força p´ra saltar

Ficas-me à distância de um salto pequenino, triste e oco
Tão pertinho estás de mim que quase te posso tocar
Não sei se me falta força neste meu mundo de louco
Ou será apenas falta de vontade de saltar…

… Não sei

Etrom

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Poema de um dia triste



Partiste para tão longe sem saber porque partias
E aqui mesmo ao meu lado te quedaste tão distante
Deixaste na minha alma as paredes nuas, frias
No meu coração lancetaste fortemente as vivas feridas
Que sofro a morte em vida ao sentir-te aqui ausente

Em cada avanço teu, caminhando em meu sentido
Me engano acreditando como quem venera um santo.
Que afinal tu não mentes a cada passo desmedido
Num caminhar que não sentes mais do que tempo perdido
Rumo a um homem decadente a quem morreu o encanto

E vou morrendo minha vida
E vivendo a minha morte
Soluçando a alegria
Gargalhando a pobre sorte

Vivendo a melancolia
Numa tristeza sem norte
Dum homem que outrora um dia
Ousou acreditar que havia
Entre nós um amor forte

E agora… sinto-me só
Abandonado de tudo
Relaxado a meter dó
Cego, surdo e mudo

Entre a morte e a vida vou sonhando
Um sonho que como cru
Adorando o teu cheiro e sentindo
colado em meu corpo dormindo
O calor do teu corpo nu

E amanhã… que será do amanhã?
Meu amor… até os quadros com que decoraste as paredes da minha alma suplicam o teu regresso…
Amanhã!!! Sem poder ver-te acordar suavemente vestida dessa tua sonolenta face e ouvir a sublime sinfonia do bater das portas em orquestração matinal… Não… Sem te ter meu amor…de que vale desejar amanhã quando tudo acabará hoje em cada noite futura…

Etrom

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Serei?


Serei eu um poeta envolto no tédio da indecisão???
Não sei…
Mas se for peço-te por tudo
Acaba-me com a qualidade da escrita…

Etrom

Constatação


Vou passando tão ausente
Vivo o tempo em debandada
Sem sexo não vou ser gente
Sem amor não serei nada

Etrom e Etnes