quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Como dói esvaziar




Neste momento dói tudo, até o cabelo que cai
Sinto que me comem por dentro
Sinto-me um rio que vai
Perder-se no firmamento

Olho bem lá no fundo, bem para dentro de mim
E não entendo o que vai dentro deste meu corpo infeliz
Como um verme que me devora num tempo que não tem fim
Sinto o cheiro a podre agora a sair-me do nariz

Que raio de bicho estranho
Me anda a minar a vida
Como é grande, ele é tamanho
Mas que bicho tão estranho
Em corrosão desmedida

Olho mais para dentro de mim
E encontro o verme comedor
Até que reconheço por fim
Aquele pobre que vive em mim
Aquele triste e exausto lutador

E tão triste que arrepia
Vê-lo comer sem vontade
A minha carne sombria
Em busca de liberdade

Ele sabe que morrerá assim que encontrar a saída
Mas não para de comer cavando mais um corredor
Escolhe a morte que triste sofre p´ra manter minha vida
Obrigado amigo de outrora come-me até à saída
Contarei a toda a gente, cantarei em teu louvor
Para que todo o mundo saiba
Que este meu bicho é o AMOR…

Etrom

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